Cinema | Conversamos com o diretor e o protagonista de "Drácula: A Última Viagem do Deméter" [Exclusivo!]
Revisitando um dos personagens mais icônicos da literatura e do cinema de horror, conversamos com o cineasta André Øvredal e com o ator Corey Hawkins sobre a produção "Drácula: A Última Viagem de Deméter"
Texto e entrevistas: Paulo Costa
Transcrição e tradução: Victor Guedes
Está chegando aos cinemas do país nesta quinta-feira, 24, "Drácula: A Última Viagem de Deméter", longa inspirado em um único capítulo da arrepiante e consagrada obra clássica da literatura do autor Bram Stoker, que narra a terrível historia do navio mercante Deméter, que foi fretado para transportar cargas particulares de Carpathia a Londres.
O capítulo em questão, "Diários do Capitão", traz a tripulação do Deméter que não fazia ideia de que em um dos cinquenta caixotes de madeira sem identificação poderia conter uma força maligna, até que estranhos eventos começam a acontecer enquanto todos a bordo tentam sobreviver à viagem oceânica, perseguidos todas as noites por esta presença impiedosa a bordo do navio. Quando o Deméter finalmente chega à costa da Inglaterra, é um naufrágio carbonizado e abandonado, sem vestígios de sua tripulação.
Para marcar esta estreia nos cinemas, o CINEeCIA. a convite da Universal Pictures participou de uma conversa exclusiva com o ator Corey Hawkins e também com o diretor do longa André Øvredal, que aconteceu no dia 22 de junho, poucas semanas antes do inicio da greve dos atores de Hollywood.
No longa, Corey Hawkins conhecido pelo musical "Em Um Bairro de Nova York", vive o personagem Clemens, um médico que se junta à equipe Demeter. Aterrado por seu ceticismo que passa a cair por terra quando se vê em circunstancias que o faz repensar algumas questões particulares, perguntamos ao ator se ele acredita que o seu personagem foi capaz de aprender mais sobre o mundo e se abrir para a fé e outras coisas que ele não conseguir compreender após vivenciar uma experiência aterrorizante.
De prontidão ele elogia nossa argumentação e responde que "Sim, é um ótima observação, eu acredito que no começo, se você o observa, ele [o personagem Clemens] tem uma visão do mundo que talvez os marinheiros e os outros caras do navio não entendem, ou não foram capazes de vivenciar, porque não é o ambiente deles, e só o Clemens tem essa visão." e complementa "Ele andou pelo mundo como um homem de cor, um homem negro, que foi educado em Cambridge, um médico negro, que teve passar pelo mundo dessa maneira, e ele quer ver uma positividade no mundo, mas é confrontado com o oposto disso."
Corey Hawkins [direita] vive um personagem cético que se depara com uma força maligna | Divulgação, Universal Pictures
De prontidão ele elogia nossa argumentação e responde que "Sim, é um ótima observação, eu acredito que no começo, se você o observa, ele [o personagem Clemens] tem uma visão do mundo que talvez os marinheiros e os outros caras do navio não entendem, ou não foram capazes de vivenciar, porque não é o ambiente deles, e só o Clemens tem essa visão." e complementa "Ele andou pelo mundo como um homem de cor, um homem negro, que foi educado em Cambridge, um médico negro, que teve passar pelo mundo dessa maneira, e ele quer ver uma positividade no mundo, mas é confrontado com o oposto disso."
Ao ver seu personagem passando por conflitos internos, Corey Hawkins vai mais a fundo "O Drácula nesse filme é uma manifestação física do mal, ele é uma manifestação física do medo, e Clemens tem que lutar contra isso para chegar onde ele deseja." e finaliza "Então, ele começa de um jeito e, definitivamente, termina de uma forma completamente diferente, e eu acho que essa é a razão que permite ele seguir em frente. Eu acho que sim, ele se abriu para o mundo".
Já para o diretor do longa, André Øvredal, mudamos um pouco o foco da conversa ao questionar se existe algum outro monstro clássico que ele gostaria de adaptar para as telonas seguindo os mesmo moldes de "Drácula: A Última Viagem de Deméter", onde ele trabalha com uma figura mitológica ao mesmo tempo em que a transforma em algo mais humano e verdadeiro.
Já para o diretor do longa, André Øvredal, mudamos um pouco o foco da conversa ao questionar se existe algum outro monstro clássico que ele gostaria de adaptar para as telonas seguindo os mesmo moldes de "Drácula: A Última Viagem de Deméter", onde ele trabalha com uma figura mitológica ao mesmo tempo em que a transforma em algo mais humano e verdadeiro.
Drácula é apresentada como algo mitológico mas também humano, assim como em "Nosferatu" | Divulgação
"Além de Drácula? Eu não sei, pois definitivamente há muito monstros lá fora, que podem ser humanos" conta o diretor que acaba incluindo na conversa outro também consagrado e conhecido cineasta "Você sabe, no que Guillermo Del Toro foca: em uma escuridão da humanidade, que é mais assustadora do que qualquer monstro, então, isso poderia ser o que eu faria a seguir.", Øvredal ficou conhecido pelo público brasileiro por "Histórias Assustadoras Para Conta no Escuro", onde trabalhou em parceria com Del Toro, que assina a produção e é também um dos roteirista, no longa lançado em 2019.
Mas ainda falando sobre figuras assustadores, o cineasta norueguês acrescenta "Mas os vampiros são, com certeza, criaturas maravilhosas. A mitologia é tão ampla, que você pode ir ao pós-modernismo e criar algo muito novo, ou você pode ir ao clássico e criar algo como o Drácula, e esses personagens, definitivamente, sempre são muito interessantes." e conclui "Mas tem muitas, sim, muitas criaturas que você pode retratar."
"Drácula: A Última Viagem de Deméter" também conta com nomes como Aisling Franciosi, David Dastmalchian, Liam Cunningham, Jon Jon Briones, Stefan Kapicic e Nikolai Nikolaeff em seu elenco, assom como Javier Botet que dá vida ao lendário Drácula, aqui retratado como a icônica e imortal figura apresentada em "Nosferatu", marco do Expressionismo Alemão.