De Flash Gordon ao seu amor pelo cinema, Idris Elba conversa sobre sua carreira e bastidores de "O Esquadrão Suicida"
Por Paulo Costa
Por Paulo Costa
"O Esquadrão Suicida" é a mais nova excentricidade saída da mente insana do cineasta James Gunn e também das páginas das HQs da DC Comics. Em uma trama repleta de cenas alucinantes, temos um time de supervilões que compõe a Força Tarefa X, um grupo formado pelos mais perigosos presos da penitenciária Belle Reve. Recrutados pela imperdoável Amada Waller, eles serão enviados para uma missão suicida na ilha de Corto Maltese, local que esconde perigos capazes de ameaçar a segurança e a estabilidade do mundo todo.
Com um elenco dos sonhos que inclui nomes como Margot Robbie, Viola Davis, John Cena e até a brasileira Alice Braga, o filme chega aos cinemas nesta quinta-feira, 05 de agosto. A convite da Warner Bros. conferimos uma divertida entrevista com o astro Idris Elba, interprete do personagem Sanguinário, que conversou um pouco com a gente sobre sua participação no longa, a preparação para viver o personagem, sua relação com o elenco e com o diretor, e também influências geeks que marcaram sua infância:
"Eu gostava do Homem-Aranha quando criança. Eu também amava o Superman. Vocês sabem quem é Flash Gordon? Sim. Eu gostava de Flash Gordon. Eu tinha papel de parede dele.", contou o ator sobre seus heróis favoritos na infância, e ainda faz uma revelação "Eu sei, muito legal. Mas, eu conheço algumas pessoas que são fãs de verdade, incluindo James Gunn. Ele é o fã mais tradicional quando se trata de quadrinhos. Não sou um desses, infelizmente."
Quando o assunto é John Cena, Idris Elba não mede elogios com o colega de trabalho | Divulgação
Antes de viver o personagem, é preciso conhecer o roteiro, e Idris Elba contou que a sua reação ao ter acesso ao material foi bem inusitada "Tive que ler três vezes, não vou mentir. A primeira vez que li, pensei, 'O quê?'. Então eu li novamente focando no meu personagem e tentando entender a história, para assimilar exatamente como James queria reinventar O Esquadrão Suicida", e completa "Tive uma ótima reunião com James antes de receber o roteiro e ele me avisou. Ele disse: 'Leia e depois leia novamente. Em seguida, vá para a cama e leia novamente.'". Ainda conversando sobre o script, ele contou sobre alguns sentimentos em relação ao projeto "É um ótimo filme e me diverti muito. Pensar nisso puxa os cordões do coração, sabe o que quero dizer? O Esquadrão Suicida não é conhecido pela empatia. Mas lá estávamos nós, contando a história de que James realmente queria ter um batimento cardíaco humano. Foi uma boa leitura. Uma ótima leitura."
Quando perguntamos sobre sua preparação para dar vida ao Sanguinário, Idris relata "Ouçam o James, ele é a história completa. Ele é todo visão. Então, na preparação, é como entrar no estúdio de um artista, e o artista diz a você: 'Certo, vamos fazer uma pintura. Quero que você me ajude a fazer isso. Aqui está meu pincel e aqui está minha cor favorita'. Foi realmente como entrar na cabeça de James Gunn.", e complementa falando sobre o diferencial em trabalhar com cineastas como James Gunn, que além de diretor também é o responsável por seus roteiros, "E isso foi diferente, em certo sentido. Você faz um filme às vezes e o diretor não escreveu o material, e pode parecer um pouco remendado. Mas, neste caso, James realmente viveu essa história e esse roteiro. É ótimo entrar em sua mente."
Ainda sobre trabalhar com um exímio cineasta e roteirista como Gunn, ele não mede elogios, "Quando o diretor está em cada molécula do roteiro, quando ele toma cada decisão de iluminação e cada decisão de figurino, isso é um artista. Artista com "A" maiúsculo. E é muito pedante, mas no bom sentido.", já em relação a forma com que o diretor trabalha dentro dos sets, Idris divulga "Ele trabalha de uma maneira específica, realmente sabe o que está procurando: 'Se não temos, não temos e vamos continuar até conseguirmos.' Esse tipo de coisa. E isso sempre foi ótimo, porque quanto mais fazíamos, mais entendíamos exatamente qual era o tom."
Idris Elba e James Gunn durante as filmagens de "O Esquadrão Suicida" | Divulgação
Ainda de acordo com o ator, Gunn é também um tipo de diretor que permite que seu elenco crie os personagens de maneira bem particular "Ele te dá muita licença. John Cena e eu tínhamos muita licença para permitir que nossos personagens cresçam. Quando eu li o roteiro, meu personagem nem tinha um nome. Era como, 'Ok, não sabemos como o chamamos ainda.' Portanto, havia muito espaço para crescermos enquanto gravávamos o filme.". Em relação ao processo de gravação ele detalha "Foi dinâmico. Foi muito divertido. E você aprende muito. Havia tantas maneiras diferentes pelas quais as pessoas abordavam as coisas.", e quando questionado sobre sua veia cômica "Eu não costumo fazer muita comédia, e aqui estava eu no meio de um bando de atores que podem realmente fazer você rir. Foi ótimo. Tão dinâmico e diferente. Era como estar nas Olimpíadas."
Quando perguntado sobre a divertida relação de seu personagem com o Pacificador, interpretado por John Cena, prontamente ele tece elogios ao colega "John Cena é um cara muito joia. Ele é um cara muito legal. Sempre fui fã dele como lutador e artista, e agora como ator. Ele é muito bom no que faz, mas sempre aprendendo. Muito colaborativo, muito aberto, a um ponto em que é quase um pouco desconfortável o quão aberto ele pode ser.", depois de umas boas risadas ele continua "E ele também é um gênio da improvisação. Ele é como o Jay-Z na improvisação, é tão bom. Foi muito divertido vê-lo montar esse personagem.".
Outro nome do elenco com quem Idris lba contracenou em muitas cenas foi com a atriz portuguesa Daniela Melchior, que interpreta a Caça-Ratos. Quando questionado como ele, pessoa e não artista, se sente em relação a estes bichinhos, Idris narra uma divertida conversa que teve com James Gunn: "Quando começamos, eu disse a James: 'Escute, eles vão ser ratos de verdade?'.
Ele respondeu: 'Não.'.
Então, eu disse: 'Ok, legal.'.
Ele questionou: 'Você não gosta de ratos?'.
Eu respondi: 'Eu não os amo.'"
e relembrou da reação de Viola Davis também sobre ratos: "Então eu chego no set e Viola [Davis], que tem uma fobia muito séria de ratos, diz: 'Eu não consigo trabalhar ratos.'. Eu estava tipo, 'Meu personagem não gosta de ratos'. Posso aprender com ela.' Então acabei usando Viola como uma espécie de inspiração. Eu a surpreenderia e diria: 'Meu Deus, é um rato.'. E então eu veria a sua reação. Acabei usando isso para compor o meu personagem e ela ainda não sabe disso."
Ele respondeu: 'Não.'.
Então, eu disse: 'Ok, legal.'.
Ele questionou: 'Você não gosta de ratos?'.
Eu respondi: 'Eu não os amo.'"
e relembrou da reação de Viola Davis também sobre ratos: "Então eu chego no set e Viola [Davis], que tem uma fobia muito séria de ratos, diz: 'Eu não consigo trabalhar ratos.'. Eu estava tipo, 'Meu personagem não gosta de ratos'. Posso aprender com ela.' Então acabei usando Viola como uma espécie de inspiração. Eu a surpreenderia e diria: 'Meu Deus, é um rato.'. E então eu veria a sua reação. Acabei usando isso para compor o meu personagem e ela ainda não sabe disso."
Caça-Ratos (Daniela Melchior) e Sanguinário, um homão com medo de ratinho | Divulgação
Quase chegando ao fim da entrevista, Idris Elba foi indagado sobre a situação atual que o mundo está vivendo, onde as pessoas começaram a retornar aos cinemas agora e qual lição ele espera que as pessoas tirem do filme, ainda mais sendo lançado em circunstâncias tão especiais: "Só espero que as pessoas percebam que a imaginação não está morta, entende o que quero dizer? Contar histórias é a força vital absoluta do que fazemos, é por isso que somos quem somos como espécie neste planeta. E então, quando você tem todos esses grandes contadores de histórias narrando algo incrivelmente imaginativo e empático, acho que o público realmente gosta disso.", e declara seu amor e porque muitos de nos somos apaixonados pelo cinema "É por isso que amamos cinema. Você sai e vivência isso juntos. Quero que as pessoas voltem a se apaixonar pelo cinema. Essa é realmente a força vital de nossa indústria. Fazemos esses filmes incríveis com equipamentos que realmente só mostram toda a sua glória quando são projetados no cinema. E então eu realmente espero que o público diga: 'Ei, cara. Eu vi O Esquadrão Suicida e foi incrível'. Isso me faz lembrar o porque eu amo cinema."
Pra finalizar pedimos para ele descrever o filme usando uma sô palavra, e ele responde: "Expialidocious". Após alguns risos diante de uma palavra criada naquele instante, questionam se isso seria algo positivo e, em toda sua elegância Idris finaliza "Eu só precisava, você sabe, ser engenhoso."
Aproveite e confira a nossa crítica completa sobre o filme!
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