Por Jurandir Vicari
Já está disponível no catalogo da Netflix, sua mais nova produção Original "Oxigênio". Eu estava curioso para assistir, principalmente após ver o trailer e imaginar que seria algo grandioso no melhor estilo "Gravidade" (2013), mas acho que fui com muita sede ao pote, pois acabei achando o filme mediano.
O ponto forte e inquestionável são os efeitos especiais, com relação a isso, posso dizer que são incríveis! Seja a vista do espaço sideral. A interação com a capsula em que a personagem central esta confinada. Até mesmo a sensação de aprisionamento. Todos os elementos que uma boa obra sci-fi pede, ali estão bem representados.
O cineasta francês Alexandre Aja, conhecido do grande público por sua direção em trabalhos como "Predadores Assassinos" (2019) e "Alta Tensão" (2003), além dos remakes de "Viagem Maldita" (2005) e "Piranha" (2010), que adora carregar a mão na violência exagerada, toma agora o rumo contrário, sendo o mais minimalista possível. Ele vai sufocando o espectador aos poucos, trazendo de forma gradual a sensação de claustrofobia. Contudo, pena que para mim, realmente faltou oxigênio mesmo foi no enredo.
Na história vemos a protagonista, Elizabeth Hansen, interpretada pela atriz francesa Mélanie Laurent, mais conhecida pela Shosanna de "Bastardos Inglórios" (2009), despertando em uma câmara criogênica, sem ter a menor ideia de como foi parar lá, e é informada que o oxigênio está no fim. Ela sequer sabe o seu nome e vai descobrindo a sua identidade e o porque de estar presa ali.
Ao longo de quase 100 minutos, a forma como as descobertas vão acontecendo, infelizmente não me prendeu. Os plot twists, na minha opinião, são todos previsíveis, quase como soluções para corrigir buracos do roteiro. Mas, talvez o maior de todos os problemas seja como as soluções apresentadas são simplistas em relação ao problema central: oxigênio acabando e a personagem sufocando.
Em "Oxigênio", cria-se expectativas demais acerca de determinados segredos e situações, que ao serem revelados não eram nada demais, maior pecado cometido em seu roteiro. Vale pra conhecer um pouco mais sobre o cinema francês.