Intimista e com um visual belíssimo, um documentários sobre uma banda de rock que chega a emocionar
Por Rodrigo Fidalgo
Um dos melhores documentários já feitos sobre uma banda de rock, "U2 - Rattle and Hum" chegou às telas do cinema em 1988. Porém, na realidade o filme faz parte de um projeto maior: além do documentário, é também um livro e um álbum duplo que mescla músicas inéditas, covers e a trilha sonora ao vivo do filme. É o registro da turnê do álbum "The Joshua Tree" pelos Estados Unidos no ano anterior.
Era um época em que o U2 se influenciou pelo jazz e pelo blues, além do rock e também da cultura americana.
Vemos no documentário a banda gravando no estúdio Sun Records (em que anteriormente passaram lendas como Elvis Presley, Johnny Cash e Jerry Lee Lewis), tocando cover de Bob Dylan, fazendo um dueto com B.B. King, e interpretando "I Still Haven’t Found What I’m Looking For" com o coral de uma igreja do bairro do Harlem, em Nova York. O trecho em que o baterista Larry Mullen visita Graceland, casa em que Elvis morava e hoje é um museu, chega a emocionar.
Hoje, é extremamente curioso ver como canções como a já citada "I Still Haven’t Found..." e "With or Without You" (que hoje são clássicas) eram músicas novas e executadas por garotos por volta dos 27 anos de idade.
Dividido em três partes, em que a primeira dá mais ênfase à gravação das músicas inéditas, passando pelo show em preto-e-branco e depois de forma colorida pelos maiores sucessos. Uma escolha muito acertada do diretor Phil Joanou, pois deu um ar intimista, também fazendo um "cruzamento" de luzes e sombras em câmera lenta que deixa o filme esteticamente belíssimo!
Joanou, então com apenas 26 anos, tinha somente um filme no currículo: "Te Pego Lá Fora". Típica comédia adolescente norte-americana, bem ao estilo "sessão da tarde", lançada em 1987. Continuou a parceria com o U2, dirigindo vários videoclipes para a banda, e chegou a realizar mais dois filmes bem interessantes, com Sean Penn em "Um Tiro de Misericórdia" (1990) e "Desejos" (1992), com Richard Gere e Kim Basinger. Hoje, infelizmente, caiu no esquecimento.
Já em relação à banda, o resto é história!