Morreu aos 89 anos Nelson Pereira dos Santos, um dos percursores do Cinema Novo
Morreu neste sábado o cineasta Nelson Pereira do Santos, aos 89 anos. Internado desde quarta-feira, 12, devido a uma pneumonia, o quadro se agravou após a constatação de um câncer no fígado, já em estágio avançado.
Considerado um dos mais importantes diretores do cinema nacional, possuí mais de 20 trabalhos em sua filmografia, entre eles a adaptação da obra de Graciliano Ramos, "Vidas Secas" (1963), indicado à Palma de Ouro em Cannes. Responsável também por "Rio 40 Graus" (1955), cultuada obra inspiradora do Cinema Novo.
Dirigiu também "Rio, Zona Norte" (1957) estrelado por Grande Otelo, "Boca de Ouro" (1963), "Como era gostoso o meu francês" (1971) baseado no diário do viajante alemão Hans Staden, "A Dama da Lotação" (1978) com a diva Sonia Braga e Jubiabá (1986).
Como documentarista foi responsável por "Raízes do Brasil" (2003), além de duas obras sobre o mestre Tom Jobim: "A Música Segundo Tom Jobim" (2012) e "A Luz de Tom" (2013)
Na TV, dirigiu a série documental "Casa Grande e Senzala" (2000), com 4 episódios.
Premiado nos maiores festivais de cinema no mundo como Cannes e Havana, nacionalmente foi agraciado com o Kikito no Festival de Gramado em 1975 pelo filme "Amuleto de Ogum" (1974), o APC por "Memórias do Cárcere" (1984), filme estrelado por Carlos Vereza, pelo seu trabalho "Tenda dos Milagres" (1977) ganhou os prêmios de filme e direção no Festival de Brasília, o longa possuí uma trilha sonora composta por Gilberto Gil e Jardes Macalé.
Em 2006 foi primeiro cineasta a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a cadeira 7, cujo o patrono é Castro Alves.
Nelson Pereira completaria 90 anos em outubro, seu corpo será velado na Academia Brasileira de Letras (ABL).